domingo, 23 de setembro de 2012

FIC Mysterious Boy

 19º Capitulo 


*Knock Knock* 
Abri um dos olhos, sentindo minha cabeça doer com a luz forte do sol na janela. Parei por alguns minutos tentando analisar o mundo ao meu redor... E deixei a cabeça cair no travesseiro mais uma vez.
*Knock Knock*
- Urrgg... – Levantei num único impulso da cama levando alguns minutos para me acostumar com a claridade. Saí do quarto caminhando pelo corredor, passei pelo quarto de minha tia que estava vazio. Desci as escadas me arrastando indo em direção a porta e vi um bilhete numa pequena mesa ao lado:
“Fui ao centro da cidade, talvez demore. Café da manhã está pronto, só precisa esquentar caso você tenha acordado 3 horas depois que eu escrevi isso. Xx Tia Pillar.”
Sorri com a suposição dela e abri a porta.
- FELIZ ANIVERSÁRIO!!!! – Ouvi Tiffany entrar na casa carregando vários balões e tentando não derrubar o pequeno bolo. 
- São 9h da manhã, isso é praticamente de madrugada para mim. Não acredito...
- Cale a boca ( seu nome), eu dirigi por 2h ou 3h com vários balões irritantes flutuando pelo carro. Eu mereço um prémio por melhor amiga do mundo! – Ela colocou o bolo na primeira mesa que encontrou, a mesa de centro da sala. Amarrou os balões no corrimão da escada e me deu um abraço forte. – Você realmente achou que iria passar os 18 anos sozinha numa casa no meio do mato?
- Tiffany, estamos em Houston...
- Mas sua tia resolveu ter uma casa bem ao fim da cidade. 
- Tiffany...
- O que foi? Ela está aqui? – Ela disse sussurrando olhando para os lados.
- Não, ela saiu. Eu disse pra minha mãe não falar onde eu estava. 
- Você está passando o aniversário sozinha ( seu nome), isso é o mínimo que ela podia fazer, me dizer o endereço para eu pelo menos entregar o abraço dela! – Ela se jogou no sofá fechando os olhos. – E como se eu nunca tivesse vindo aqui... Então, qual o plano do aniversário?
- O plano era dormir o dia inteiro comendo chocolate.
- Nem uma garrafinha...?
- Tiffany, perante a lei ainda não podemos beber.
- Conta outra (seu apelido), nem Isabel sabe o quanto você bebe... – Senti minha cabeça encarar o chão por um momento e respirei fundo. – (seu apelido)...
- Está tudo bem. Preciso de um banho... 
- Eu vou te esperar aqui em baixo. Eu sei o quanto você me ama, mas eu preciso de um descanso. – Eu ri seguindo pela escada.
- Você não presta.
Entrei no quarto ouvindo meu celular parar de tocar, olhei pelo visor e havia 10 ligações perdidas de um número desconhecido. Joguei o aparelho na cama e tirei a camisa que vestia me preparando para o banho.
*If I was a rich girl nananananananananana nah!”
Peguei o celular rápido, o visor mostrava o mesmo número desconhecido.
- Alô?
- Oi... Sou eu. – Meu corpo chegou a arrepiar com a voz dele. Eu já havia esquecido como era boa a sensação de ouvir aquele sotaque inglês.
- Como você conseguiu meu número?
- Você sabe que sua mãe me ama. 
- Urrgg ela te deu meu endereço também? – Falei sarcástica.
- Na verdade ela deu. 
- Sério?
- Mas estou pensando se você merece a honra da minha visita. 
- Por que você ligou Malik?
- Você resolveu sumir do mapa, então estou terminando um pequeno serviço...
- Atuando em plena luz do dia Zayn?! Você está perdendo a prática.
- ( seu nome), Josh está vivo.
- ELE O QUE?!?! – Meu corpo paralisou por um momento. Sentei na cama tentando aliviar o susto. – Zayn, não brinque com essas coisas...
- A família dele veio em um jantar aqui em casa noite passada. Foi uma surpresa pra mim também.
- Como você pôde deixar algo assim acontecer?!
- Eu?! Sério que você está colocando a culpa em mim?
- EM QUEM MAIS EU COLOCARIA?! – Fechei a porta pra tentar evitar que Tiffany ouvisse. 
- Não sei... EM VOCÊ TALVEZ? NEM PRA MATAR ALGUÉM VOCÊ PRESTA?!
- COMO É?! Desculpe-me Zayn se eu FALTEI A ESSA AULA de como METER A FACA NA BARRIGA DE ALGUÉM!
- Droga (seu apelido)...
- O que vamos fazer agora? E se ele contar?
- Ele não vai contar.
- COMO VOCÊ SABE ZAYN? E SE...
- ( seu nome), ele não vai contar ok, confia em mim.
- Estou com medo Zayn... – O ouvi aliviar o ar como se estivesse preso por anos nos seus pulmões. 
- Vai ficar tudo bem... Eu não vou o deixar fazer nenhum mal a você, eu prometo. Apenas... Por favor, (seu apelido), volte, eu não vou me perdoar se algo acontecer com você...
- (seu apelido)? – Tiffany bateu na porta do quarto. – Está tudo bem? Ouvi gritos.
- Não vai Zayn. Tiffany está aqui e...
- Eu sinto a sua falta. – Ele me interrompeu. – Eu te amo.
- Droga Zayn... Eu... Apenas se cuide, ok? Tenho que desligar agora.
- Feliz aniversário. – O ouvi falar antes de desligar o telefone. 
- ESTÁ TUDO BEM! – Gritei respondendo Tiffany, largando meu celular no mesmo local da cama que estava antes. 
Entrei no banheiro tirando o resto das peças que ainda estava vestida e liguei o chuveiro, sentindo a água quente me acalmar enquanto descia pelas minhas costas. 
Eu ainda me perguntava como minha vida poderia ter se transformado em um pesadelo em apenas 1 ano e alguns meses. Isabel, Josh... Até mesmo Zayn, não vou mentir sobre todas as coisas ruins que ele trouxe de Bradford. 
Desliguei o chuveiro e enrolei a toalha no meu corpo. Segui para o quarto colocando um vestido floral num tecido fino e jogando por cima o cardigã que havia se tornado meu amigo inseparável, ajeitei meu cabelo num coque frouxo, peguei meu celular e desci para a sala, vendo que Tiffany já havia colocado em cima da mesma mesa próximo ao bolo um pote de sorvete e colheres. 
- Não se esqueceu dos pratos? – Ela olhou na minha direção sorrindo.
- Somos duas garotas sozinhas numa casa no meio do mato, não precisamos de pratos! – Me sentei ao seu lado, ela pegou o bolo, colocando no meu colo e o sorvete, me entregando uma colher. Ela tirou um pedaço do bolo com a colher, o esfarelando um pouco e jogou na boca rindo.
- Ah Tiffy, não sei o que faria sem você. 
- Você não chegaria a fazer alguma coisa querida. 
Passamos toda a manhã ali, acabou que aquele bolo com sorvete virou meu café da manhã e almoço. Lembrei que hoje era domingo. Tiffany nunca deixaria o nosso domingo do mês passar em branco. Mesmo que eu estivesse em outra cidade, mesmo que fosse do outro lado do país, ela sempre estaria alí comigo. E ela sabia que eu faria o mesmo por ela. 
- Estou com sede...
- Acho que tem suco na geladeira, vou pegar para a gente. – Levantei colocando o bolo no colo dela e segui para a cozinha.
- O que você tem comido durante todas essas semanas?! Você está mais gorda!
- Obrigada Tiffany, não imagina o quanto me fez bem esse elogio! – Peguei o suco colocando em dois copos e seguindo para o sofá e entregando suco a ela. 
- Parece que Josh não deu no couro tão bem quanto Zayn... 
- Mas o qu... Tiffany! Pelo amor de Deus! - Eu ri, mesmo sentindo um nervoso pelo corpo ao ouvir o nome dele. 
- Eu não sei se você soube, mas seu ex-namorado sofreu uma tragédia algumas semanas atrás.
- C-como assim, tragédia?
- Ele sofreu um assalto, levou até uma facada na barriga, mas um homem encontrou ele por um rio, bastante ferido, mas ainda estava respirando, então o levou para o hospital.
- Assalto? Como assim assalto?
- Como assim assalto ( seu nome)! Assalto! “Passa a grana” “blablabla”... O importante é que ele já está bem.
- Cla-a-ro, o que importa é que ele esta... Bem.
Ouvi meu celular tocar, olhei o visor e vi um numero desconhecido. Suspirei fundo e levantei com o aparelho na mão. 
- Eu preciso atender, ! Eu estou disposto a... Esquecer, digamos assim, as coisas ruins que você fez comigo. Ok, eu fui um babaca, mas você revisou um pouco mais forte, não acha?
- Diz logo o que você quer!
- Por enquanto eu só quero que você se despeça de alguém, afinal uma pessoa não pode ter dois namorados.
Eu havia entendido o que ele tinha dito, Deus como eu queria não ter entendido tão rápido... Meu coração ameaçava rascar todo o meu peito e sair pulando de tão forte que eram as batidas. Senti minhas pernas tremerem e me segurei no balcão atrás de mim.
- ! O que houve?! – Tiffany surgiu pela porta assustada e me segurou, evitando que eu caísse no chão feito uma fruta podre. 
- A gente... A gente precisa ir!!! 
- O que está acontecendo??? Você está pálida!
- Precisamos voltar!! Tiffany, Zayn!! 
- Calma ( seu nome), você está pálida! E está me assustando!!!!!
Respirei fundo e juntei todas as minhas forças para correr pela sala e subir as escadas. Entrei no meu carro e peguei minha bolsa, revirando tudo que havia dentro por cima da cama, encontrando as chaves. Logo voltei na mesma velocidade. Tiffany me esperava na porta segurando sua bolsa. 
- E suas coisas? Você não vai l...
- Não há tempo pra isso! – Tentei abrir a porta, mas minhas mãos tremiam e o molho de chaves caiu no chão. 
- (seu apelido), você não pode dirigir dessa maneira. Vem... – Tiffany segurou minha mão, abrindo a porta e seguimos para o carro dela. Entramos no carro o mais rápido possível. 
- O que você vai falar pra sua tia?
- Não importa agora! Depois eu invento desculpa qualquer.
- Você pode pelo menos por o cinto?
- Dirige Tiffany!!!!
Ela colocou a chave na ignição e acelerou o carro. Minutos depois estávamos atravessando a cidade de Houston. O sol terminava de se por e seus últimos raios batiam de leve nas janelas dos prédios. As pessoas começavam a sair para alguma festa, a cidade era bastante iluminada a noite. E ver todas aquelas pessoas felizes estava me dando mais desespero ainda. Minha perna tremia e eu praticamente não sabia o que fazer com as mãos, elas permaneciam inquietas, indo da janela para o banco, para o meu colo, até que senti uma mão por cima delas.
- Você precisa se acalmar. Eu não sei o que está havendo, mas vai dar tudo certo.

Durante toda a viagem eu não conseguia me acalmar, lagrimas caiam só de imaginar o pior. Demorou umas 3 horas até ultrapassarmos Austin e seguíamos pela rodovia até West Lake Hills, o sol já havia descido completamente e a única coisa que iluminava a rodovia era as luzes de alguns postes colocados pelo caminho. A estrada era mal iluminada, mas deu pra reconhecer o que eu menos queria. Havia um carro capotado na estrada.
- Tiffany, para o carro! – Ela encostou o veículo na beira da rodovia e eu sai rápido, sendo seguida por ela.
- Eu já vi esse carro em algum lugar... – Ela disse caminhando atrás de mim. – Ai meu deus.
Senti meu joelho enfraquecer ao ver o Ford Mustang Cobra preto virado de cabeça pra baixo e vários estilhaços de vidro pelo asfalto. O cheiro de gasolina era forte. 
- Ajuda ele ( seu nome)! Ele pode estar vivo ainda! 
Corri até o carro me abaixando para poder ajudar Zayn, mas para minha surpresa o carro estava vazio.

*Flashback – POV Zayn*
A fumaça do cigarro escapava lentamente pela minha boca e pelo nariz, enquanto assistia o barril de metal com algumas coisas queimando dentro. Tentei equilibrar o cigarro enquanto discava o numero dela pela 10ª ou 11ª vez. Troquei o cigarro de mão e encostei o aparelho no ouvido enquanto chamava. 
- Alô?
- Oi... Sou eu. 

- Como você conseguiu meu número?
- Você sabe que sua mãe me ama. 
- Urrgg ela te deu meu endereço também? 
- Na verdade ela deu. 
- Sério? – Uma risada escapou da minha boca ao ouvir ela.
- Mas estou pensando se você merece a honra da minha visita. 
- Por que você ligou Malik?
- Você resolveu sumir do mapa, então estou terminando um pequeno serviço...
- Atuando em plena luz do dia Zayn?! Você está perdendo a prática. 
Eu não podia esconder dela o que estava acontecendo, poderia até ser pior se ela não soubesse.
- ( seu nome), Josh está vivo.
- ELE O QUE?!?! Zayn, não brinque com essas coisas... – Dei uma tragada forte e rápida no cigarro vendo a fumaça escapar enquanto eu falava.
- A família dele veio em um jantar aqui em casa noite passada. Foi uma surpresa pra mim também.
- Como você pôde deixar algo assim acontecer?!
- Eu?! Sério que você está colocando a culpa em mim?- Levantei do carro incrédulo. Era o que faltava agora...
- EM QUEM MAIS EU COLOCARIA?! 
- Não sei... EM VOCÊ TALVEZ? NEM PRA MATAR ALGUÉM VOCÊ PRESTA?!
- COMO É?! Desculpe-me Zayn se eu FALTEI A ESSA AULA de como METER A FACA NA BARRIGA DE ALGUÉM!
- Droga (seu apelido)...
- O que vamos fazer agora? E se ele contar?
- Ele não vai contar.
- COMO VOCÊ SABE ZAYN? E SE...
- ( seu nome), ele não vai contar ok, confia em mim.
- Estou com medo Zayn... – Suspirei forte, dava um aperto no peito ver ela assim tão desprotegida longe de mim.
- Vai ficar tudo bem... Eu não vou o deixar fazer nenhum mal a você, eu prometo. Apenas... Por favor, (seu apelido), volte, eu não vou me perdoar se algo acontecer com você...
- (seu apelido)? – Ouvi alguém falar ao fundo do telefone. Se eu estava certo era a voz da amiga dela. – Está tudo bem? Ouvi gritos.
- Não vai Zayn. Tiffany está aqui e...
- Eu sinto a sua falta. Eu te amo.
- Droga Zayn... Eu... Apenas se cuide, ok? Tenho que desligar agora.
- Feliz aniversário. – Falei antes de desligar. A mãe dela era uma dessas pessoas que não sabia manter informações guardadas.
Coloquei o cigarro na boca e entrei no carro. Eu não podia deixar ela assim, tão longe, sabendo que Josh poderia tentar algo contra ela, mesmo que ela estivesse com a amiga, só conseguiria me acalmar quando ela estivesse ao meu lado, protegida.
Dirigi até chegar em casa, estacionando o carro de qualquer jeito e correndo entrando em casa.
- Mãe, vou viajar! – Gritei enquanto subia a escada rápido, peguei a primeira mochila que encontrei, e coloquei algumas peças de roupa e produtos de higiene. Minha mãe chegou na porta do meu quarto confusa.
- Como assim viajar Zayn? Pra onde?
- Vou visitar ( seu nome) em Houston. Ligo quando chegar lá. – Dei um beijo no rosto dela e desci. Dava pra perceber que ela estava preocupada com a minha saída assim repentina, mas ainda assim vi um sorriso se formar involuntariamente quando eu falei o nome de (seu apelido).
- Por favor Zayn, não faça nenhuma besteira. 
- Não vou mãe. Eu prometo.
Corri para o carro sem nem ao menos fechar a porta de casa. Acelerei o máximo que pude e seguir em direção a rodovia. Era mais ou menos 14h e o sol estava mais forte do que nunca. Coloquei os óculos e segui enquanto tocava uma musica aleatória pela rádio. 
Olhei pelo retrovisor e vi alguns carros atrás de mim. Não era nenhuma preocupação até eu reparar quem estava no banco do motorista. Acelerei e virei em uma ruma qualquer e minha teoria se confirmou. Pisei fundo e o carro foi rápido seguindo pela estrada para fora da cidade, o carro se aproximou encostando na traseira do meu carro e batendo. 
- Droga... – Acelerei mais ainda, era praticamente uma caça em meio a rodovia vazia. Ele empurrou o carro mais uma vez contra o meu e eu acelerei mais uma vez olhando pelo retrovisor fixamente.
Ele deu um ultimo empurrão no meu carro e eu perdi o controle, o carro seguia em direção a um poste e pela velocidade que eu estava, a batida seria forte. Virei todo o meu volante perdendo totalmente o controle do carro, o fazendo virar descontroladamente e seguir para o outro lado da estrada, não sei como, mas o movimento brusco fez o carro capotar e girar umas duas vezes até parar de cabeça pra baixo no chão. Minha cabeça começava a rodar e eu piscava várias vezes para tentar me manter acordado. Senti meu rosto ficar pegajoso, passei a mão pela testa e olhei pra minha mão vendo o vermelho tomar conta dos meus dedos, minha mente rodou mais enquanto via uma sombra sair de um carro e as pernas de alguém caminharem na minha direção. Senti alguém me puxar e então tudo ficou preto.
CONTINUA ...

#Bea

sábado, 22 de setembro de 2012

FIC Mysterious Boy

 18º Capitulo 


- Alô! – Nenhuma palavra era dita do outro lado, mas dava para ouvir uma respiração pesada. Meu corpo todo se arrepiou e um frio tomou conta do meu corpo. – Olha, não tem nenhuma graça, ok! Se for ficar calado, não dê ao trabalho de me ligar mais uma vez! – Desliguei, mas dessa vez desliguei todo o aparelho. Provavelmente era um trote de muito mau gosto, mas havia me assustando pra caramba! Virei para o lado para tentar dormir, lembrando-me do número do telefone, eu conhecia aquele número, mas não conseguia lembrar de onde era...

POV – Zayn
888 horas. 37 dias. Um mês e uma semana. Esse era o tempo que eu estava longe de ( seu nome ). Eu não aguentava mais aquela tortura. Era como uma parte de mim tivesse sido tirada. Eu me perguntava se era possível ficar tão dependente de uma pessoa em tão pouco tempo. 
Terminei de queimar mais uma leva de roupas sujas de sangue. Era a terceira desde que ela havia ido embora, eu começava a ficar sem muitas opções desde que a polícia havia colocado a cidade em estado de alerta. E todo aquele alvoroço era culpa dela. De mais ninguém. Culpa dela por ter me abandonado desse jeito, a polícia deveria estar procurando ela, isso sim. 
Dei mais um gole da pequena cerveja que eu bebia assistindo o fogo tomar conta de todo o barril, e entrei no carro, jogando a garrafa no banco do carona. Enquanto dirigia liguei o rádio, percebendo que tocava Drunk On Love de Rihanna, me fazendo rir. Aquela letra era perfeita para mim, pra descrever o que eu sentia no momento, chegava a ser ridículo. Eu nunca fui uma pessoa que mostrava emoção fácil, mas mordi meu lábio pra evitar que eu começasse a chorar naquele momento. Droga ( seu nome )... 
Levou 45 minutos para eu chegar em casa, estacionei o carro desligando o rádio e saí, como havia ficado de costume eu olhei a janela do quarto dela, e como havia ficado de costume, ela estava apagada. Bati a porta do carro com extrema força e entrei em casa vendo meus pais aparecerem na sala. 
- Zayn, gaças a Deus você chegou. – Meu pai disse rolando os olhos. 
- O que aconteceu?
- Não é o que aconteceu, é o que vai acontecer com você se você não subir agora para o quarto, se arrumar e descer em 20 minutos.
- Alguém poderia me explicar?
- Um cliente do papai vai trazer a família para jantar aqui hoje e ele quer que todos estejam no jantar. – Ouvi minha irmã mais velha passar pela escada levando um kit de maquiagem em direção ao seu quarto.
- É importante para seu pai fechar negócios com esse cliente, então, pelo amor de Deus Zayn, tente se comportar como um garoto normal... – Minha mãe falou sarcástica beijando minha testa, mas logo depois se afastando sentindo um cheiro estranho. – Sério Zayn, álcool? 
- Mãe já estou grandinho para esse tipo de sermão. Por favor... – Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto tirando a jaqueta e jogando pelo chão. 
Entrei no banheiro tomando um banho rápido e logo depois escovando os dentes para tirar qualquer cheiro de álcool que me denunciasse. Vesti uma calça jeans simples com uma camisa branca lisa e calcei um All Star qualquer que encontrei pelo armário. Joguei todo o meu cabelo para trás sem me importar muito. 
Peguei meu celular vendo que, como antes, não havia nenhuma mensagem dela, nem ligação perdida. Já começava a pensar que eu tinha estragado tudo, qualquer chance que eu tinha com ela havia sido perdido.
Ouvi a voz da minha mãe gritar um “ZAAAYYN” do andar de baixo e segui para lá. Dava pra ouvir algumas vozes de “que família bonita” ou “é um prazer conhecer você”. Desci as escadas vendo um homem na sala perto dos meus pais. Ele olhou para a mim fazendo todos eles olharem na mesma direção.
- Zayn, já estava mandando alguém ir te chamar!
- Pai, eu não demorei tanto. – Falei baixo para que só ele me escutasse.
- Filho, esse é o Senhor Weatherford. – Ele era alto com os cabelos pretos já sendo ocupados por alguns fios brancos. O rosto dele era muito familiar, mas no momento não vinha nada na minha mente. 
- É um prazer senhor! – Falei o cumprimentando com um aperto de mão.
- O prazer é meu, filho! 
- Filho! Eu quero que você conheça o filho dele, tem a sua idade. E é um amor de pessoa! – Ouvi minha mãe falar surgindo na sala de braços dados a um garoto. Ou melhor, “O” garoto. Havia um enorme curativo no braço dele que dava pra ser visto pela manga curta da camisa, minha mãe ajudava ele a caminhar, já que ele andava meio manco por conta de algum ferimento. – Filho, quero que conheça o filho do Sr. Weatherford. Zayn, esse é Josh. Josh, esse é meu filho Zayn!
- Mas o que... – Falei baixo sentindo um nervosismo no meu corpo. Ele caminhou até mim com um sorriso de canto e ergueu a mão para que eu cumprimentasse.
- Zayn, quanto tempo hein!
Minha mãe me olhou confusa, como todos na sala. 
- Vocês se conhecem?
- Ah sim Sra. Malik! Ele é amigo da minha atual namorada, acho que vocês conhecem, sua vizinha ( seu nome ).
- Sua atual namorada?! – Ouvi Safaa falar com cara de descrença, logo sendo repreendida pelo meu pai. 
- Ah que bom que já se conhecem, nos poupa parte de toda essa apresentação. – Ouvi o pai dele falar. 
- Josh sofreu um assalto e o feriram. Acredita nisso Zayn? Não podemos mais caminhar com segurança. Sorte que uma pessoa o viu ferido e levou para o hospital. – Minha mãe falou dando um pequeno beijo na bochecha dele sorrindo. – Então, estão todos com fome? Vamos para a sala de jantar!
Vi todos seguirem para a outra sala, menos Josh que continuou me olhando com um sorriso de vitória no rosto.
- M-mas como voc...
- Sabe Zayn, qual a primeira lição em “Como matar alguém”? Bem, é você MATAR a pessoa. Até pensei em comprar um livro para você: Assassinatos para Leigos. Talvez você deixasse de ser tão, digamos... Amador. Deixar seu “casinho de verão” fazer o serviço não foi muito inteligente também.
- Por que você não contou logo? Por que falou que foi um assalto? – O vi se aproximar de mim com raiva no rosto.
- Porque seria muito fácil te ver na cadeia. Eu quero que você sofra, muito mais do que eu sofri. – Ele se virou pra seguir para a sala, mas parou no caminho. - Ah, diga a sua cadelinha que ela não tem nem noção do que a espera. Vocês mexeram com a pessoa errada.
CONTINUA ...

#Bea

FIC Mysterious Boy

17º Capitulo 


Ele foi caminhando até os fundos da casa, ele me colocou no chão por um instante pegando uma chave escondida atrás de um pequeno jarro de planta perto da porta. Ele a destrancou e arrastou a porta de vidro coberto com uma cortina marrom, ele voltou a me carregar e entramos em casa. Zayn subia a escada com todo o cuidado para que não fizesse barulho. Ele abriu a porta do meu quarto e me levou até o banheiro me colocando encostado na banheira. 
- Acho que tenho que ir agora. Você não quer falar, mas tudo bem. Eu guardo a chave no lugar que estava. Dormir vai te fazer b...
- Não me deixe sozinha Zayn. - Falei finalmente o olhando no olho. 
- Achei que você estava br...
- Não me deixe sozinha.
Ele saiu do banheiro e eu senti um vazio dessa vez completo no meu peito. Então ouvi a porta do meu quarto se fechar e trancar, e Zayn voltar a aparecer no banheiro, ele se aproximou e deu um beijo na minha testa. 
- Eu não vou. 
Ele me ajudou a tirar o vestido e o sapato, ele olhou pelo quarto e pegou um saco plástico que estava perdido pelo local, colocando dentro o sapato sujo de sangue. 
- Eu dou um jeito nisso depois... – Ele colocou o saco num canto e voltou a atenção para mim, com uma pequena ducha que tinha na banheira, me ajudou a tirar o sangue que havia nos meus braços e nas pernas, e me ajudou a limpar meu rosto, que eu imaginava estar todo borrado com a maquiagem. Pegou uma toalha e me ajudou a secar, me entregando uma camiseta limpa que estava pelo banheiro.
Zayn me carregou mais uma vez, levando-me até minha cama, deitando-se ao meu lado.
- Pensei que nunca mais iria olhar na minha cara. 
- Eu preciso de um tempo pra aliviar minha mente.
- Se quiser eu posso ir agora. 
- Apenas espere até que eu durma. 
- Claro... – Senti o lábio dele tocar minha bochecha.

POV – Zayn
Olhei para o relógio ao lado da minha cama. Eram 10h da manhã. Bocejei e me levantei seguindo para o banheiro. Tomei um banho rápido, colocando um jeans qualquer e uma camisa preta lisa. Coloquei o All Star, peguei meu celular e saí do quarto. Desci as escadas rápido, dava pra ouvir a voz da minha família na sala comentando algo que assistiam. Não estava com a mínima fome então peguei minhas chaves e saí de casa com cuidado para que não me ouvissem. 
Eu precisava ver como ela estava essa manhã. Eu sabia que o que eu fiz não era o certo, mas ela precisava daquilo. Ela precisava saber o que acontecia se ela me trocasse por outro mais uma vez, ainda mais por aquele verme. Ela precisava saber que era MINHA, e de mais ninguém. 
Atravessei a rua indo em direção à porta dela, logo tocando a campainha umas duas vezes. Ouvi alguns passos e logo a mãe dela abriu a porta sorrindo. 
- Zayn! Querido como está?
- Eu estou bem, e a senhora?
- Ótima! Posso ajudar?
- Sim. Er... Eu poderia falar com ( Seu nome )? É algo importante.
- Aw querido, ela não está no momento. – Minha cabeça embaralhou por um minuto. Ela já estava assim tão bem?!
- Er... Ela vai demorar? Eu poderia esperar ela talvez.
- Se você tiver paciência de esperar por uma ou duas semanas. – Ela riu baixo.
- C-como assim, uma ou duas semanas?
- Ela acordou hoje dizendo que precisava de férias. Imagine, férias... – Ela continuava rindo. – A doutora dela disse que ela poderia ter estresses e coisas assim com o colégio, então ela foi hoje de manhã bem cedo passar uns dias na casa de uma tia, em uma cidade por aqui perto mesmo. Desculpe desapontar docinho. 
Eu forcei um sorriso para ela me despedindo e me virei enquanto ela fechava a porta, apenas tentando imaginar o que deu na cabeça daquela garota dessa vez. Droga...

* ( Seu nome ) POV *

Ouvi o barulho da chaleira fazer um barulho irritante e fui até a cozinha, desligando o fogão branco que ocupava o pequeno vão da cozinha, a peguei com um pano levando até a mesa onde derramei a água quente no pequeno copo, vendo o aroma de jasmim surgir de leve e a pequena flor abrir no copo, flutuando pela água. Minha tia tinha trazido uns pacotes de chá quando fez uma viagem para a China. Dei um gole sentindo meu corpo começar a relaxar, consertei meu suéter que insistia em cair pelo meu ombro e segui para a sala segurando uma pequena tigela com pequenos biscoitos de morango, sentando em frente ao sofá, peguei a pequena mesinha onde pousava meu notebook e coloquei sobre o meu colo, dando mais um gole no chá e colocando a caneca no porta-copos e a tigela de biscoitos bem no canto da mesinha. 
- (seu apelido), irei terminar alguns desenhos e vou dormir. Qualquer coisa, eu estou no ateliê. 
- Logo vou dormir também, tia. Boa noite. – Sorri a vendo mandar um beijo pelo ar e subir as escadas. Tia Pillar era artista, vivia viajando por causa de exposições, quando ela parava aqui eu adorava vir visitar sua casa. Tinha uma pequena lagoa com alguns patos na casa dela, de todos, era o meu lugar preferido para passar um tempo. 
Voltei minha atenção para o notebook enquanto colocava vários biscoitinhos de vez na boca, vendo Tiffany me chamar como louca pelo chat.

Tiffy: Hey, esqueceu dos pobres?!
(seu apelido): Haha nunca!
Tiffy: Quando a senhorita pensa em voltar mesmo... Ah esqueci, ela não tem data pra voltar -.-
(seu apelido): Não fale assim sua boba. Só preciso de umas férias.
Tiffy: Pois esqueça férias, sua amiga precisa de você aqui! Matt está mais grudento do que nunca, preciso de você pra ter desculpa pra não ir a uma festa com ele.
(seu apelido): Uhhh Tiffany e Matt debaixo da árvore se beijando. B-E-I-J-A-N-D-O! Hahahahah
Tiffy: Não tem graça, a situação é séria! Estou com saudades.
(seu apelido): Também estou! Logo eu volto. 
Tiffy: Preciso ir agora. Te amo muito viu?
(seu apelido): Te amo mais!
Tiffy está off-line.

Dei um suspiro pesado, terminando todo o meu chá. Havia uma pasta com várias fotos aberta no notebook, tinha fotos minha sozinha, com minha família e com amigos. Havia várias fotos antigas com Pietro e Isabel,a minha ex amiga que me traiu com ele. até mesmo fotos tiradas horas antes do "acontecido" entre ele e eu. Todos os meus momentos especiais estavam ali, registrados, era como um diário com imagens para mim, e eu poderia contar a história de cada fotografia. Todos estavam ali registrados, todos, menos um. Eu não tinha nenhuma fotografia com Zayn, nada além das páginas comentadas do meu diário, eu gostava dele, sabia que gostava. Mas também sabia que não tinha muitos momentos felizes para lembrar-se quando fosse mais velho. 
Faziam 3 semanas que eu estava nas minhas “férias improvisadas”, minha mãe ligava quase todo o dia desde uma semana pra cá lembrando que as férias eram de 2 semanas apenas. Mas eu não estava preparada para aguentar toda aquela vida de novo, tudo voltar, encarar Malik matando pessoas por minha culpa ou me obrigando a fazer o trabalho sujo dele. Pois era isso que aconteceria quando eu chegasse. Eu sentia falta da minha família, dos meus amigos, e além do mais, dele. Apesar de tudo ele me fazia sentir viva novamente. Era até macabro pensar que alguém assim me faria tão bem. 
Eu não estava afetada por causa de Josh, era como se... Se eu aceitasse. Era a vida - ou a morte? Olhei a televisão ligada a minha frente e reparei que durante essas três semanas não havia saído nenhuma notícia trágica em Londres , a não ser pequenos assaltos ou algum acidente pela rodovia. Como se Zayn tivesse entrado em inatividade. Ou o mais estranho ainda era que ninguém até agora não havia achado o corpo de Josh. 
Ameacei desligar a TV percebendo que o sono se aproximada, e daí tudo havia voltado ao “normal”:

Mais um corpo foi encontrado no condado de Londres. A polícia começa a suspeitar de um possível assassino em série no local. Com os mesmos traços físicos das duas primeiras vítimas, a garota foi encontrada na rodovia do lado oeste do condado. Mães da garota, que morreu com apenas 16 anos, cobra justiça para que outras mães não passem pelo mesmo sofrimento.

Segundo a polícia, as investigações estão em andamento, mas com dificuldade, já que o assassino, como nos dois casos anteriores, deixou nenhuma pista que levasse a polícia até ele. Eles pedem para que garotas com os mesmos traços das vítimas ou alguma característica parecida evitem saídas desacompanhadas à noite, e as ruas serão cautelosamente vigiadas durante todo o dia
.
Coloquei a pequena mesa no sofá e levantei de vez, mas logo depois sentei de volta sentindo toda a minha cabeça girar e um peso se instalar na minha garganta. Acontecia isso sempre quando eu era pequena, eu acabava de comer então levantava rápido daí ficava tonta. Desliguei a TV e tentei levantar mais uma vez, mas dessa vez o peso voltou mais forte do que nunca, corri para o banheiro colocando a mão na boca pra tentar impedir que tudo voltasse no cômodo errado da casa.
Alguns minutos depois saí do banheiro terminando de limpar a minha boca com uma toalha de papel, senti uma fraqueza tomar conta do meu corpo depois que todo o alimento havia saído do meu corpo, senti o vazio no meu estômago, mas não quis arriscar em comer algo e por tudo para fora do mesmo jeito. Entrei no quarto e me joguei na cama relaxando um pouco o corpo nos lençóis macios. 
*If I was a rich girl nanananananananananana nah*
CONTINUA ...

#Bea